segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Os 21 dias *

Após 21 dias de contínua escrita, eis que chegou o momento da avaliação final.
Tenho o hábito de escrever, mais poesia do que prosa, mas nunca me tinha surgido a ideia de criar um blogue, nunca pensei em partilhar com o "mundo" os meus pequenos e por vezes estranhos desabafos. Encontro prazer na escrita. Ela permite-me sonhar, divagar e imaginar, sem me exigir o que quer que seja em troca. É fantástica a melodia transmitida por um conjunto de palavras, melodia essa que é capaz de despertar em nós sentimentos, antagónicos e difíceis de explicar. As palavras fazem-nos viajar no tempo, voltar ao passado, recordar momentos, vivências e experiências. É por isso que eu gosto de escrever, encontro paz interior, desabafo, planeio e registo momentos especiais. A escrita é como uma amiga imaginária, que sabe os meus maiores segredos e que não os revela, é honesta por isso.  Os momentos passam, mas as palavras são o que nos fica eternamente na memória. Nunca nos esquecemos de um "amo-te", de um "odeio-te". É por isso que digo que a escrita provoca em nós sentimentos opostos, mas ajuda-nos a enfrentar o que se atravessa no nosso caminho, é por isso que a considero tão especial!
Esta experiência teve para mim mais significado do que no início esperei, foi como que uma rampa de lançamento para mim. Vou continuar com o blogue, talvez não tenha uma escrita tão assídua como até agora, mas prometo voltar, quando necessitar de desabafar, de expressar pensamentos, sei lá...
Foi um prazer, espero que tenham tirado proveito, porque afinal... isto são apenas as pequenas PEÇAS DO MEU PUZZLE *

beijinhos, Ana

domingo, 5 de janeiro de 2014

E tu quem és? *

Não vou negar que já desejei ser diferente, que gostaria de mudar aspectos em mim. Gostava de ser menos sensível, gostava de ser mais fria e de não me preocupar tanto com os outros. Gostava de não ser de lágrima fácil. De ter um cabelo como os das modelos da televisão, um corpo de sonho e um rosto perfeito. Gostaria de não responder mal a quem me aparecesse à frente quando estou de mau humor. Gostava de acordar já penteada e maquilhada de manhã. Gostava de não ter pessoas que não gostam de mim e de ter muitos e verdadeiros amigos.
Mas depois, regresso à realidade. Não tenho um rosto perfeito nem um corpo de sonho. Não tenho o tipo de cabelo que parece vindo do cabeleireiro. Não consigo ser fria. Mas sou real, existo e admito todos os meus defeitos. E o mais importante: tenho orgulho neles.
Sim, tenho mau humor quando acordo. Sim, sou muito desastrada e meto imensas vezes a pata na poça. Sim, não consigo ser demasiado fria com alguém e choro facilmente. Faço um drama quando vejo abelhas e grito cada vez que alguma borbulha começa a aparecer. Digo coisas e arrependo-me de seguida. Tomo atitudes reprováveis moralmente. Sou demasiado bruta por vezes, mas sempre com um toque de carinho. Não tenho milhões de amigos verdadeiros, mas os poucos que tenho têm milhões de defeitos, e sabes que mais? Eu adoro os defeitos deles.
Respiro sonhos, respiro vida, música, moda. Respiro carinho e amizade. Felicidade e muitas lágrimas. Sou imperfeição, mas todo o Humano real o é.
Não ligo a rótulos, e quando olho para o estado do mundo sinto-me feliz com os meus defeitos.
Sou aquilo que o mundo me permitiu, e sei que o mundo não me irá nunca desiludir.
Sou o resultado da brilhante educação dos meus pais e a transformação do carinho recebido de quem gosta de mim.
Sou adulta, e às vezes tão infantil.
Sei que não sou melhor que ninguém, mas jamais irei permitir que alguém se julgue melhor que eu.
E tu quem és?



sábado, 4 de janeiro de 2014

Queridos homens*

A mulher é muito mais complexa que o que vocês pensam.
Quando temos ciúmes, não é por egoísmo da nossa parte por acharmos que aquele homem nos pertence. Na verdade, quando sentimos ciúmes, é porque temos medo de perder uma das partes mais importantes da nossa vida. Bem e quando reconhecemos ter ciúmes é porque estamos em fúria por dentro e não conseguimos esconder mais.
Quando a mulher chora sem razão aparente, está de mau humor e não diz porquê, é porque TU és o motivo. Sim, tu. Tu, homem.
Tu que por vezes não ouves quando chora por dentro. Tu que sabes ela é especial mas nunca lhe dizes. Tu que lhe fazes promessas e as quebras muitas vezes. Tu que a acusas de estar de mau humor e não tentas entender porquê. Tu que tantas vezes preferes uma noite com os amigos a uma noite romântica com ela. Tu que não entendes os seus sentimentos e não a tentas compreender.
A mulher quer demonstrações de carinho e sentir-se única. Ela quer que a faças sorrir infinitas vezes por dia. Ela quer e adora sentir borboletas na barriga e os olhos dela ficam lindos e brilhantes quando te veem, já reparaste? Ela quer que lhe digas que é linda e que adoras o seu cheiro. Quer que lhe dês a mão e que lhe dês beijinhos no pescoço enquanto lhe dizes o quanto gostas dela ao ouvido.
Diz-lhe que gostas dela, diz-lhe que é a mulher da tua vida e que a queres todos os dias. Mas apenas se for isso que sentires.
Ao contrário do que podem pensar, a mulher não é frágil. A mulher é forte e o seu coração pertence-te.
A mulher não é complicada, é complexa.
Mas sabes, quando a perceberes irás descobrir a melhor espécie que a Natureza criou!


 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Virar de página *

Sabes aquela altura da tua vida em que deves fechar um capítulo e passar ao próximo? Em que deves deixar para trás aquelas páginas mas que foram de tal forma marcantes que te custa virar para a próxima página e para as próximas histórias e deixar de lado aquilo que viveste, que te marcou, que te tornou diferente?
 Eu acredito que tudo acontece por alguma razão. Mas também acredito que há apenas uma razão capaz de justificar tudo e fazer acontecer o inesperado, o inimaginável.
Cheguei a essa fase. Sim, aquela em que o livro já está gasto de ser lido. Que as páginas já foram rasgadas e coladas de novo. Que já foram arrancadas mas que foram voltando ao seu lugar a pouco e pouco. Apesar disso sei que o momento em que compreendemos que o papel jamais volta a ser o mesmo após ser rasgado, amassado... tal como o coração.
Sinto que estou a ser obrigada a mudar. Que estranha forma de amar que as pessoas dizem ser normal, não consigo entender...
Quando dás tudo de ti a alguém estás automaticamente a tatuar a frase "estou a amar uma pessoa" no teu coração. E por incrível que pareça isso não te sai da mente, nem por um segundo, nem por um instante.
Quando acordas a pensar numa pessoa e adormeces com o teu pensamento nela? Bem, isso é o primeiro sinal. E tudo o resto vem atrás. O formigueiro e as borboletas na barriga... Sim, existem. E se nunca sentiste então é porque na verdade o teu coração nunca esteve tatuado com a marca do amor. O nervosismo que sentes quando vês essa pessoa e o palpitar do coração quando sentes a sua voz. O teu sorriso verdadeiro quando te lembras do sorriso doce dessa pessoa e o melhor de tudo: a paz interior que sentes quando sabes que essa pessoa está feliz.
Cheguei á conclusão que ás vezes é cruel amar. Dou por mim a adorar o silêncio da voz de uma pessoa e a compreender os seus gritos mudos. Dou por mim a desejar o melhor a alguém mesmo que isso implique magoar o meu coração. E sei que isso é virar a página. Quando deixamos a vida de alguém prosseguir desejando-lhe o melhor do mundo mesmo que isso implique um afastamento entre dois corpos, estamos a mostrar o que é mudar um capítulo. Estamos a mostrar o que é amar. E acima de tudo estamos a provar que dois corpos apesar de separados estão sempre ligados pela linha do coração. E essa sim, é inquebrável.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Ponto de interrogação *

Por vezes sinto tanto e não consigo dizer nada. Tenho um turbilhão de emoções no coração e nem consigo decifrá-las.
Sinto um mar de emoções e um misto de sentimentos que não consigo explicar. Tento colocá-los em palavras, mas é impossível, a sua complexidade ultrapassa a capacidade que as palavras têm de expressar o que me vai dentro da alma.
Sabes aqueles dias em que sentes angústia, nervos, raiva, ansiedade, medo, tristeza e muito amor misturado pelo meio? Pois, é essa a mais perigosa mistura.
Tudo aquilo que é misturado com amor dá sempre em algo inexplicável. Porque o amor não pode nem deve misturar-se com nenhum outro sentimento. Deve ser limpo, puro.
Ando em busca da receita ideal.
Ás vezes, o meu coração é mais racional que a minha cabeça. E isso também é perigoso. Porque quando o meu cérebro me faz dizer o que não devo, é o meu coração que sofre.
Eu sei que tu, que estás a ler, também já sentiste isto. Pelo menos tenho a esperança de não ser a única.
Quando penso nos sonhos que tenho, em tudo aquilo que quero conquistar... Quando penso em tudo isso não consigo evitar lembrar-me do que já vivi. Porque é impossível viver o futuro sem pensar no passado. Espero não ser a única.
Engraçado como a natureza humana consegue sentir tudo, ter mil e um sonhos, querer um mundo, e depois... E depois toda essa grandeza, todos esses sonhos, todo aquele mundo, todo o turbilhão de sentimentos acaba num nada que incomoda, que dói e que faz chorar. E é perigoso quando se misturam sentimentos.
Mas há quem diga que a vida é feita de perigo, e que são as atitudes mais perigosas que te trazem felicidade. Espero que num destes dias, em que sinto tudo e em que todas as emoções se conjugaram numa só, encontrar a essência da felicidade. Porque a pureza dos sentimentos faz-me sentir tudo, e não conseguir transparecer nada.


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O fim de mais um ano *

Acabámos de assistir ao fim de mais um ano de vivências, de emoções à flor da pele, de bons e maus momentos. 2014 acaba de nos abrir as portas, para iniciarmos uma viagem que durará cerca de 365 dias, a qual depende exclusivamente de nós para ser inesquecível. Está na altura de estabelecer novos objetivos, novas metas. Há que manter acesa a esperança de que o ano que acaba de chegar será melhor que o que acabou de nos deixar. Há que acreditar que muita coisa boa ainda está para chegar. Há que acreditar que aprenderemos algo com os nossos fracassos, como sempre acontece. 2014 é mais um capítulo no livro da nossa vida, não podemos deixar que seja apenas mais um. Temos de ter força de vontade suficiente para marcar a diferença. Temos de nos valorizar mais enquanto seres humanos, valorizar quem temos connosco. Não ter medo de expressar aquilo que sentimos. Evitar conflitos e mal entendidos. Evitar magoar aqueles de quem mais gostamos. Sair à rua e abraçar alguém sem problema. Dizer "eu adoro-te" quando tivermos vontade de o fazer, pedir desculpa quando tem de ser. Temos de aprender a lidar com o orgulho, que tantas vezes prejudica a nossa relação com os outros. Aprender a dizer "não", dar segundas oportunidades, assumir erros, corrigi-los e aprender com eles. Experimentar a aventura, sem termos medo do que os outros possam pensar. Correr riscos, soltar o lado selvagem que há em nós. Cometer loucuras moderadas, que só nos ajudam a crescer e a aproveitar o que de melhor a vida tem. Sair com os amigos, usufruir da diversão com eles. Ir a festas temáticas, a festas na praia. Ir a concertos, bailes e jantares de gala. Ir ao teatro, ao cinema. Viajar, mesmo que não possa ser no verdadeiro sentido da palavra, que seja virtualmente, até porque podemos perder muita coisa e podem condicionar a nossa vida de diversas formas, mas nunca nos irão tirar o direito que temos de sonhar. Que 2014 traga tudo aquilo que os anos anteriores não conseguiram trazer, que seja um ano diferente, único e especial. Que seja o ano da descoberta de nós mesmos, que seja um ano de triunfos e de aprendizagens. Um ano de novas experiências, de novas vivências e novos modos de tirar partido daquilo que de melhor a vida tem.
É esta a minha mensagem para 2014! Mas acima de tudo... Sejam FELIZES!

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Fascínios intermináveis de um azul cristalino *

Fui convidada pela minha professora de Português do 12º Ano, para participar num concurso de poesia de Alberto Feijó, que abrange apenas os residentes do Vale do Sousa. Os resultados do concurso já saíram, fui contemplada com o 3º lugar. Por isso mesmo, decidi partilhar convosco aquilo que, num momento de inspiração, consegui passar para o papel. O tema do concurso era o “Mar” associado ao patriotismo.
 
Encontro-me sentada na areia, escutando a voz do mar
Envolvida por este cenário tão tranquilizante, celestial talvez
Do rebentar das ondas, às gaivotas na areia a poisar
Sou contagiada por uma inspiração divina sob a forma de "Era uma vez"
 
Extensão infinita, que os meus pequenos olhos contemplam
Outrora dominada pelos portugueses ambiciosos
A alternância entre tempestades e paraísos
Que permitiu a conquista de terras e legados majestosos
 
Longe do mundo e da lógica dos porquês
Diz Pessoa que foi difícil tornares-te português
Muitas lágrimas por ti foram derramadas
Mas alcançámos as terras que tanto foram ambicionadas
 
E a minha mente perde o controlo na tua imensidão
Pensamentos contraditórios invadem-me sem permissão
A vida é pequena comparada com a tua grandiosidade
Não sei explicar, mas tudo o que sinto é saudade
 
És um elemento fundamental na tomada de decisão
Principalmente quando o assunto é o coração
És como o homem, proteges o que conquistas
És como se me falasses e dissesses "Não desistas!"
 
Dos peixes às algas és um reservatório de vida
Para os marinheiros e pescadores és o ponto de partida
Alimentas famílias e ligas continentes~
Fazes com que quem está longe, pareça presente
 
Gostava de um dia desvendar os teus segredos
Saber o que escondem essas algas e o que te dizem os rochedos
Explorar e admirar o que há lá no fundo
Pedir permissão ao Poseídon para desvendar esse mundo!
 
Lembrei-me de súbito da menina do mar
E do que senti quando dela ouvi falar
Ela confiou em ti e deixou-se levar
E mostrou que o submundo é possível de alcançar
 
E a brisa que me sussurras neste momento ao ouvido
Esconde mistérios que eu sei que me queres confiar
Soa a segredo por ti escondido
Só nós sabemos, nunca os irei revelar
 
Banhas a costa e alteras a paisagem
Não há quem seja indiferente à tua aragem
Moldas o território à tua semelhança
E deixas as algas, verdes cor da esperança!
 
És nosso, oh mar! *